Thomas Hobbes nasceu em Malmesbury, na Inglaterra, no dia 5 de abril de 1588. Como ele mesmo citou em sua autobiografia, “ao nascer sua mãe teria dado a luz a gêmeos: Hobbes e o medo”, já que sua mãe teria entrado em trabalho de parto prematura com medo da Armada Espanhola que estava prestes a atacar a Inglaterra.

Hobbes fez seus primeiros estudos em Malmesbury, e mais tarde foi para Westport onde começou a se destacar. Logo depois entrou na Magdalen Hall, Oxford, porém Hobbes não mostrou grande interesse pelos ensinos da instituição. Após viajar por diversos países da Europa, na Inglaterra criou relações com Francis Bacon, que mais tarde iriam reforçar a linha de seu próprio pensamento.

Com mais viagens conheceu Descartes e Galileu, que também ajudaram a desenvolver sua linha de raciocínio sobre a filosofia social, baseando-se nos princípios da geometria e ciências naturais.
Em 1651 publica a sua mais conhecida obra, o Leviatã.
Thomas Hobbes viveu até os 91 anos, durante uma época em que a expectativa de vida em média não passava dos quarenta. Aos 80 anos Hobbes produziu uma autobiografia em latim. Apesar de ser alvo de muitas críticas sofridas, Hobbes foi uma espécie de símbolo para seu país. Sua filosofia e política até hoje são lidas e seguidas por muitos políticos, fazendo com que sua influência no mundo nunca acabe.

CONTEXTO DA ÉPOCA


Nascido cinco décadas após a reforma anglicana, Thomas Hobbes sofreu forte influência do movimento. O século XVII foi de grande importância para a Inglaterra por marcar o início do Expansionismo Colonialista. É também neste século que são lançadas a base do capitalismo industrial na Inglaterra.

No século XVII na Europa continental predominou-se o Estado Absolutista, tendo como principal figura o rei Luis XIV, conhecido como Rei Sol, que ficou famoso pela frase “L’Etat c’est moi” (O Estado sou eu).

Outro acontecimento na Europa foi à revolta na Boêmia, que na época daria início à Guerra dos Trinta Anos. Este fato reforçou Hobbes para sua própria visão sobre a natureza humana.

FILOSOFIA DE HOBBES


A filosofia de Hobbes era totalmente desapegada às grandes pretensões metafísicas, que seria a busca da essência do ser, Hobbes buscou investigar as causas e propriedades das coisas. A filosofia para ele seria apenas o que teria existência material. Os corpos se dividiriam em corpos naturais, a filosofia da natureza, e o corpo artificial ou Estado, a filosofia política.

Para a filosofia de Hobbes não h á espaço para o bem e o mal como valores universais que deveriam ser impostos nas pessoas, e sim o que chamamos de bem seria apenas aquilo que desejamos alcançar, enquanto o mal é apenas aquilo do qual fugimos. Concluindo assim, que segundo Hobbes, cada indivíduo teria o valor fundamental que seria a conservação da vida e cada pessoa sempre terá a tendência a considerar como bem o que lhe agrada, e considerar como mal o que não deseja, ou de que lhe desagrada.

Em relação ao modo de convivência em uma sociedade, ele defendia a idéia de que os homens só poderiam viver em paz se concordassem em se submeter a um poder absoluto e centralizado. Apenas um indivíduo teria a autoridade e a soberania para assegurar a paz interna e a defesa comum. Para ele, o Estado e a igreja cristã formavam um mesmo corpo, encabeçado pelo soberano absoluto.

OBRAS


Hobbes publicou algumas obras, tendo como as mais destacas “O Leviatã” e “Do Cidadão, sendo a primeira a mais importante de sua vida.

“Leviatã ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil” parte do princípio de que todos os homens são egoístas e que o mundo não satisfaz todas as suas necessidades. Dizia que no Estado Natural, sem a existência da sociedade civil, sempre haverá competição entre os homens pela riqueza, segurança e glória.

Thomas Hobbes publicou que a paz seria conseguida somente por meio de um contrato social.  Teríamos que aceitar abandonar a nossa capacidade de atacar os outros em troca do abandono pelos outros do direito de nos atacarem, utilizando a razão para aumentas as possibilidades de sobrevivências. Mas Hobbes teria certeza que o contrato não daria certo, a não ser que houvesse um mecanismo que obrigue a ser cumprido. Para isso temos de entregar o nosso poder a uma ou várias pessoas que punam quem quebrar o contrato. A este indivíduo Hobbes chama de soberano.

A soberania consiste unicamente em ter o poder suficiente para manter a paz, punindo aqueles que quebrarem o contrato. Quando este soberano, no caso o Leviatã do título, existe, a justiça passa a ser sua própria vontade.